2012
A tal crónica épica com laivos de fantástico ( adulto ) que alguns se queixam de não encontrarem...
pior e para o melhor: o Bem e o Mal não são estanques. As personagens, heróis ou vilões, são sempre seres humanos dotados das mesmas virtudes e defeitos de todos nós. Talvez
seja por isso que os leitores, facilmente, se identificam com esta ou aquela personagens"
"Por fin chegou ás nosas mans a segunda parte da Crónica de Feaglar. E se me pedides que vola resuma nunha frase, direi-vos que concordo que as segundas partes non son boas, neste caso, son mellores!
O ben e o mal nunca son absolutos, e personaxes que poden parecer abomináveis nun momento, conseguen gañar a nosa simpatía noutra altura simplemente porque no fondo, e todos sabemos iso, a vida pon-nos en situacións nas que nada do que creiamos é inmutábel. A grandeza da historia reside, ao meu parecer, neste punto. Porque é unha historia de seres humanos. Non é unha epopeia, é un reflexo do que podería pasar en calquera parte, se eliminásemos os elementos máxicos ou fantásticos. Non hai vitórias ou derrotas absolutas, e algunhas das vitórias son realmente amargas. Pero iso é algo que só lendo esta crónica pode ser descuberto. Dar mais detalles sería innecesário, coido eu, e podería mesmo romper a máxia da lectura. Polo tanto, amigos, facédeos cun exemplar e sacade as vosas próprias conclusións.
Podemos facer duas lecturas diferentes: unha, as aventuras e desventuras duns homes coraxosos loitando por conservar o único mundo que coñecen, e outra, para min mais interesante aínda, as chaves da verdadeira natureza humana, capaz do mellor e do peor. O heroe por excelencia, Feaglar, revélase coma un home coas mesmas fraquezas que calquera outro, que falla ás suas mais férreas conviccións e promesas por ser apenas iso, un home.
in Nova Fantasia ( Espanha )
" (...)mas de todos os livros que li durante o ano, sem duvida alguma “Goor - A Crónica de Feaglar 2“ foi o melhor do ano, melhor de todos, daquele tipo de livro que tenho sempre a mão para uma releitura, e posso indicar com toda confiança como sendo um livro completo."
"Por fin chegou ás nosas mans a segunda parte da Crónica de Feaglar. E se me pedides que vola resuma nunha frase, direi-vos que concordo que as segundas partes non son boas, neste caso, son mellores! (...) Eu pola miña banda só podo dicir que fico coa mesma sensación que cando acabo un bo libro ou unha película: qué magoa que xa acabase, pero disfrutei tanto mentras... "
in Nova Fantasia ( Espanha )
Recebi à dias um mail de uma leitora de Goor - A Crónica de Feaglar ( obrigado pelo feedback ) com alguns reparos que julgo serem importantes e decidi responder aqui no bastião blogosférico:
1- "Existe uma diferença de ritmo entre o início de Goor I e Goor II"
É verdade. Goor II é bem mais objectivo e "acelerado" enredo. No início ainda estava a "encaixar-me" na estória, a moldar-me a tudo aquilo que se desenrolava na minha cabeça. Foi difícil muito conciliar ideias e escrita. Só quando me "fundi" mais com aquele mundo de Goor e aprendi a ser melhor "cronista" é que as coisas fluiram melhor. Devo ainda acrescentar que o início foi escrito de forma intermitente ( o que nunca é bom... ) e em espaços pouco... apropriados... como salas de aula da faculdade. Goor I é realmente um pouco mais "pesado", mas é essencial para o que vem a seguir. Eu não alteraria nada, talvez por já me ter apegado em demasia ao todo que é Goor.
2- "As personagens mais fortes são mulheres. Porquê?
Bem, não vamos esquecer Feaglar, Thuron ou Sarraden... Mas não hajam dúvidas que Gar-Dena, Calédra e até mesmo Galana são os "motores" e muita da alma da estória. São forças indomáveis, poderosas e profundas. Não é por acaso que a minha personagem preferida acaba por ser a irreverente ( sim, é um eufemismo... ) Calédra. Mas porquê mulheres? Bem, porque não?! Para quê insistir na "velha fórmula" em que as mulheres são sempre as frágeis donzelas que aguardam o regresso dos heróis? Porque não perverter esse modelo? Porque não?...
3 - " O que influenciou Goor? Eu esperava encontrar na linha dos livros de X e afinal (...)"
Goor não se encaixa apenas na Fantasia e não segue o repetido modelo " magos, anões & elfos". Nada disso! Também é uma demanda ( aqui com importância relativa... ) e tem um toque de sobrenatural, mas acaba por ser um livro diferente. Fantasia Épica? Não sei... É diferente. Recordo que no início de Goor as personagens são cépticas a tudo o que ultrapasse a fasquia daquilo que é tido por "normal". Esta é uma sociedade com um ideário mitológico simples, num estádio "protocientífico", que nunca aceitaria "idosos de chapéus bicudos a agitarem varinhas mágicas". Em Goor os poderes sobrenaturais submetem-se à vontade das pessoas das quais emanam e têm uma explicação enublada e invulgar... Para mim, esta é uma "magia" bem mais poderosa - o poder intrínseco da essência humana.
Isto talvez se deva a influências bastante diversificadas, que não são maioritáriamente do campo da Fantasia. A verdade é que desconheço muitas das obras tidas por referência pela "intelectualidade" do meio. Mas julgo que compenso essa falha com diversidade.
4 - "fazer mais livros de Goor"
Infelizmente não vivo da escrita... Infelizmente, como tantos portugueses, tenho um trabalho que me ocupa muito tempo e me faz chegar estoirado a casa ao fim do dia. Não posso embarcar em retiros espirituais, nem em viagens inspiradoras, como fazem algumas figuras da escrita. Vivo a vida real da maioria dos portugueses.
Tenho muitas ideias, mas poucas condições para as colocar no papel. Escreverei em tempos melhores. Espero, mas não desisto. Vamos a ver se será algo do género de Goor ou não...
5 - " Não encontrei aqui o livros nas paeplarias de (...)"
Há tanto para dizer! Mas vou deixar este tema para um post posterior...
Resta-me agradecer as palavras simpáticas e o apoio que recebi deste mail. Como costumo dizer: a minha melhor recompensa é saber que alguém gostou de partilhar deste meu mundo!
Caso também queiram falar sobre Goor, enviem um mail para noctis2006@sapo.pt
(...)mas de todos os livros que li durante o ano, sem duvida alguma “Goor - A Crónica de Feaglar 2“ foi o melhor do ano, melhor de todos, daquele tipo de livro que tenho sempre a mão para uma releitura, e posso indicar com toda confiança como sendo um livro completo."
O gosto pelo fantástico e pelo imaginário vem-lhe de criança. Já nessa altura construía a suas próprias realidades paralelas. Vê a leitura como um “exercício de prazer pessoal”. Apenas lê os livros de que gosta. E foi sempre assim, na escola poucos foram os livros “obrigatórios” que leu. A
sua outra grande influência foi a vertente fantástica da cultura televisiva e cinematográfica dos anos 80. Ainda hoje cultiva esse gosto que vai de Júlio Verne a Rod Serling. Diz-se um privilegiado porque sempre teve ao seu alcance obras literárias dos mais diversos géneros, além disso, cresceu nos anos 80 que, para Pedro, tiveram uma “magia muito especial” pois “descarregaram em toda uma geração, um caleidoscópio de novas emoções,ideias e hipóteses” potenciando-lhe, assim, a fantasia e o sonho. Editou, recentemente, o segundo volume da sua obra “Goor – A crónica de Feaglar”, cujo primeiro volume foi editado em 2006. Tudo começou em 14 de Agosto de 1974, dia do seu nascimento na terra natal de seu pai, o Montijo, onde viveu até aos quinze anos. Mudou-se, então, para a terra de sua mãe, S. Pedro do Sul, e aí conclui o secundário. Em 96 vai para Viseu e inscreve-se no curso de Estudos Portugueses e Ingleses da Faculdade de Letras da Universidade Católica Portuguesa. Após a licenciatura, é nessa idade que fixa residência. Diz-nos que, estas mudanças de residência e assuas consequentes mudanças de ambiente, apesar de um lado negativo, permitiram-lhe alargar os seus horizontes. Goor sempre esteve presente no imaginário de Pedro Ventura, mas só em 96 começou a ganhar a forma. Passar para o papel todas as estórias e ideias que povoavam a sua mente não foi tarefa fácil.
Retratos
A edição do primeiro volume, despertou o interesse da imprensa especializada, tendo sido alvo de referência no Notícias de Viseu, no Jornal de Letras e no Diário de Notícias e em diversos blogues e sites literários; nesse ano, foi orador convidado do Fórum Fantástico, um evento nacional sobre aquele género literário, que decorreu no Parque das Nações; e
em Fevereiro deste ano, foi entrevistado para o programa “Entre Nós” da Universidade Aberta que passa na RTP e, em Setembro, Goor foi de novo referido no programa; em Junho, foi uma das escolhas de Marcelo Rebelo de Sousa.
Este romance de aventuras épicas “adocicado com o toque mágico da fantasia” merece, sem dúvida, a nossa atenção. Valores como a amizade e a liberdade, tão essenciais à nossa condição humana, estão aqui sempre presentes,,,
Goor:
a crónica de Feaglar / Pedro VenturaPapiro Editora, 2 vol.s
Goor relata as aventuras de um jovem rei e dos seus companheiros, num mundo em mudança, onde o futuro é algo incerto. Está em causa o valor intrínseco do Homem e a sua determinação em sobreviver. Este é um universo à parte da nossa realidade (ou talvez não), onde coabitam diversos povos com as suas características e identidades. Sobre esse mundo paira uma antiga profecia e, as sombras de um terrível poder que se irá revelando entre uma teia de segredos e mentiras vindas de um passado obscuro.
Engana-se quem espera encontrar aqui o arquétipo da literatura fantástica. Não há lugar para elfos, gnomos ou anões e, até os poderes sobrenaturais são apenas ferramentas submetidas a uma vontade. Mas, não dispensa os ingredientes próprios deste género literário. Aqui, o maior de todos os poderes é a vontade humana e a sua capacidade para o
pior e para o melhor: o Bem e o Mal não são estanques. As personagens, heróis ou vilões, são sempre seres humanos dotados das mesmas virtudes e defeitos de todos nós. Talvez
seja por isso que os leitores, facilmente, se identificam com esta ou aquela personagens ou, com este ou aquele acontecimento...
Ana Reis Silva
( Texto integral )
Quase por acaso, descobri que Goor - A Crónica de Feaglar II esteve entre os dez livros mais vendidos da conhecida LivrosNet. E também foi o único livro da Papiro Editora nesse Top. Algo a lembrar...
Eu e o Goor 2 também estivemos em destaque na Montijo Agenda da Câmara Municipal do Montijo. Muito obrigado à D. Ana Reis Silva, pelo excelente texto e por todo o apoio. Um grande abraço para o Montijo!
Muito obrigado também ao amigo BILL ( ainda não tive tempo para aquela ideia, mas não está esquecida ), ao amigo CARREIRA , ao amigo Gato das Botas e a muitos outros pela divulgação!