Os físicos que investigam a origem do universo esperam ter, no ano que vem, as primeiras provas da existência de conceitos caros aos escritores de ficção científica, como mundos ocultos e dimensões extras.

À medida que o Grande Colisor de Hádrons (LHC) do Cern, nas proximidades de Genebra, na Suíça, opera com uma força maior, eles falam cada vez mais sobre uma "Nova Física" no horizonte, que poderia mudar por completo os pontos de vista actuais sobre o universo e o seu funcionamento.

"Universos paralelos, formas desconhecidas de matéria, dimensões extras... Isso não é coisa de ficção científica barata, mas teoria física muito concreta que os cientistas tentam confirmar com o LHC e outros experimentos."

Isso foi o que escreveram os integrantes do Grupo de Teoria do centro internacional de pesquisa no boletim direccionado aos funcionários do Cern este mês.

Enquanto as partículas se chocam no vasto complexo subterrâneo do LHC a energias cada vez maiores, os "extra bits do universo" se é que eles existem como o previsto poderão ser vistos no computador, afirmam os teóricos.

O optimismo é crescente entre as centenas de cientistas que trabalham no Cern, ao longo da fronteira entre França e Suíça, numa experiência de US$ 10 bilhões, que inicialmente apresentou problemas, mas este ano vem cumprindo suas metas.

 


COLISÃO DE PROTÕES

Em meados de Outubro, disse o director-geral Rolf Heuer à equipe no último fim de semana, os protões eram colididos ao longo do anel subterrâneo de 27 quilómetros a uma taxa de 5 milhões por segundo duas semanas antes da data prevista para esse número.

No ano que vem, as colisões ocorrerão se tudo continuar seguindo bem a uma taxa que produzirá o que os físicos chamam de "femtobarn" inverso", mais bem descrito como uma quantidade colossal de informações para a avaliação dos analistas.

As colisões recriam o que aconteceu numa minúscula fracção de segundo após o "Big Bang" primordial, 13,7 bilhões de anos atrás, que gerou o universo que conhecemos hoje e tudo o que ele contém.

Depois de séculos de observações cada vez mais sofisticadas da Terra, apenas 4% do universo é conhecido porque o restante é formado pelo que tem sido chamado de matéria escura e energia escura (porque são invisíveis)

 

In Arquivos do Insólito

publicado por sá morais às 21:48