Volney

Conde de Volney, Constantin François de Chasseboeuf, nascido em 1757 e falecido em 1820, foi um apaixonado pela história e pelas línguas antigas. Órfão de mãe, desde os dois anos, estudou num colégio de Angers, onde se revelou brilhante. Apesar de aos dezassete anos ser emancipado pelo pai, a sua liberdade foi usada no estudo da medicina e das línguas orientais. Depois de em 1781 herdar uma importante fortuna, decide viajar pelo Oriente, ao encontro das antigas religiões e movido pela curiosidade filosófica. É nesta altura, antes de partir, que decide mudar o apelido de Boisgirais, que possuía, para o de Volney, formado pela contracção de Voltaire et Ferney, os autores que marcaram o seu pensamento. A publicação da obra Viagem ao Egipto e à Síria, em 1787, celebrizou-o, encontrando um público receptivo que apreciou a sua eloquência e o seu génio.
Em 1789, foi eleito deputado aos Estados Gerais, sendo primeiro secretário na Assembleia Constituinte. Depois de preso durante o regime do Terror, é nomeado para a Câmara de Pares durante a Restauração.
Arabista, historiador e político ligado à Revolução Francesa, é autor de Ruínas ou Meditações sobre as Revoluções dos Impérios (muitas vezes conhecido por As Ruínas de Palmira, pois a descrição das ruínas daquele lugar, que abre majestosamente o livro, é uma das mais belas páginas da literatura francesa, como reconhece Larousse).
Li este livro quando ainda era jovem ( uma edição dos anos 30/40 se bem me recordo ) e talvez o tivesse feito mais tarde, pois achei-o deveras perturbador, tal era a sua crueza e o seu realismo. Apesar de ( ainda hoje ) não concordar com algumas ideias mais empolgadas por um certo fundamentalismo da época, o livro Ruínas de Palmira traz-nos uma verdade incontornável, enquanto nos leva até às distantes sombras de um império esquecido em pleno deserto sírio - nada é eterno, nem mesmo os grandes impérios! O que descreve não são pedras caídas, mudas recordações de um radioso império, antes os restos mortais da glória, da grandeza, do materialismo, da insensatez humana... Leiam e reflictam!
Só é pena que este livro ande esquecido...
publicado por sá morais às 22:59