Olá Marta,
A tua pergunta é extremamente pertinente. Só não sei é se lhe puderei dar uma resposta. Haverá alguem que consiga gerar um dogma sobre esse assunto?...
Na minha opinião é imposível não colocarmos um pouco de nós naquilo que escrevemos, até porque a imaginação, a criatividade brota do somatório daquilo que somos - o resultado das nossas experiências, dos nossos gostos, da nossa personalidade, etc... Cada individuo é singular e irrepetível. A escrita é um reflexo dessa singularidade. Colocamos, portanto, um pouco da nossa realidade no que escrevemos, mas isso não tira necessáriamente o cariz Fantástico à escrita.
Quanto à questão do Fantástico "puro"... Já não tenho tantas certezas. Há demasiadas definições que tentam catalogar aquilo que é o Fantástico, há demasiados sub-géneros, sub-sub-géneros... Uma grande trapalhada teorica que poucas vezes leva a algum lugar... Julgo que não há obras 100% de Fantástico, 100% de Romance ou 100% de Ficção, nem 100% seja de que género seja. Há sempre alguma contaminação...
Mas isto é apenas a minha opinião.
Beijo
Pedro Ventura