1942 – Robert Conroy (opinião de Pedro Ventura)

20.03.12

 

 

 

Num romance de História Alternativa, nos moldes deste 1942 de R. Conroy, existe aquilo a que chamo “instante ómega/alfa”, o momento a partir do qual existe um desvio do real, do histórico – neste caso uma decisão de Chuichi Nagumo. No entanto, para manter um mínimo de coerência, o autor não pode transformar 0 “pós-momento ómega/alfa” numa instantânea derrapagem fantasiosa e adulterar o passado – nesse caso temos um mundo alternativo, algo bem diferente. Por exemplo, se colocarmos esse “instante ómega/alfa” em 21 de Maio de 1941, podemos alterar o destino do Bismark, mas não podemos ignorar a sua existência – uma tal omissão poderá revelar algo bem gravoso… Mas não estou aqui para tecer tais considerações, apesar de estarem relacionadas com o que me foi pedido – deixo isso para os mais versados na matéria. O que me pediram foi uma análise ao nível das referências bélicas. E Conroy, supostamente professor de História, parece não ter estudado muito bem a lição… Começa por ser impreciso em relação à existência de certos navios nipónicos, caindo no erro que assinalei logo no início deste texto. revela igualmente uma paupérrima simplicidade no que diz respeito a meios aéreos: para Conroy tudo se resume aos Mitsubishi A6M e a um tipo indefinido de avião americano ( P-40? F4F? ), esquecendo que, naquela época, os meios aéreos eram especializados e pouco dados a polivalências – salvo raras e famosas excepções. O que aconteceu a todos os caças/caças-bombardeiros/bombardeiros/bombardeiros de mergulho/assalto/torpedeiros/reconhecimento/etc/etc… O que aconteceu aos Kate e aosVal? Ou terão sido os Zero a lançar bombas e torpedos? E do lado americano?… Chega a parecer que Conroy se limitou à leitura de páginas desse “providenciador” de cultura ligeira ( wiki ) ou de um qualquer livro do 9º ano de escolaridade… Outros pormenores acabam por parecer pouco “alternativos”, escorregando para o campo do absurdo: operações de resistência/guerrilha em locais sem condições para tal, um espectacular contra-ataque americano ( talvez liderado pelo Capitão América… ) que nos leva a ponderar a hipótese de a maioria dos defensores japoneses ter praticado Seppuku antes da invasão. A facilidade é tal que nos leva a pensar que a conquista de ilhas aos japoneses foi um “passeio no parque” – veja-se Guadalcanal, Tarawa, Palau, Ryukyu…

O livro lê-se bem, mas para entusiastas da WWII, desaponta…

 

Por: Pedro Ventura

Debunking Lovecraft and others

20.03.12

 

 

“Os mitos de Lovecraft implicavam a existência de entidades superiores ( extraterrestres ) que se relacionaram com o Homem primitivo. Lovecraft usou as mitologias suméria, egípcia e outras para criar essas entidades. Foi pioneiro nessa ligação apesar de, ao contrário de Ron Hubbard, nunca as ter tomado por crenças pessoais, que fossem, de facto, algo em que acreditasse. Pessoalmente, considero que Lovecraft não lhes seria imune, apesar de essa ser uma mera suposição. Daniken levou essa ideia das deidades a interferirem com o Homem primitivo para um outro campo. ( Nesta conversa também podíamos invocar Rod Serling, por exemplo. ) A ser uma forma de “religião”, um sistema de meras crenças, julgo que tem tanta credibilidade como qualquer outra religião. Aliás, as religiões “oficiais” são fabulações idênticas, repletas de visões fantásticas, personagens com características “não-humanas”, referências ao “céu” como habitat das divindades, sem bem que poucos tenham o atrevimento de as ver por essa perspectiva. Para serem algo aceite pela Ciência, estas “mitologias” esbarram frontalmente com a essência daquilo que é a própria ciência. No entanto, também o Cristianismo o faz… A figura de Daniken é controversa e todos sabem que ele próprio negou o que defendia nos seus livros. Mas as suas ideias deram frutos ( Robert Temple, por exemplo ) e, tirando tudo aquilo que o senso comum considera disparatado, ainda sobra algo que nos leva a colocar questões interessantes: E se?… Mas isto dava “pano para mangas”…”

 



 

Pedro Ventura

 

(publicado no The Tale of the Bamboo Cutter)

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