"Depois de ultrapassar o estigma de ser “apenas” um festival de cinema fantástico"
Esta frase, enquadrada num texto relativo ao Fantasporto, despertou um comentário do amigo LBaixinho que, por consequência originou este meu "apontamento"...
Como é óbvio, não fui eu o autor do texto - não tenho tempo para tais luxos. Se fosse, tal tirada não existiria.
De facto, somos um país de "estigmas" ranhozitos e serôdios, que acabam por revelar uma cultura enfezada, amordaçada, repetitiva e estagnada.
Por um lado temos aqueles que "estigmatizam" tudo aquilo que vá além do cinema devotado a uma mera exibição de cenas picantes e corpos desnudados, encaixados num argumento facilmente digerível. Por outro temos a minoritária pseudo-intelectualidade de tiques e modas, que se julga possuidora de um saber e sensibilidade transcendentais, inacessível aos que não habitam o seu restrito grupinho, mais ou menos estanque a outros grupinhos... Estes estigmatizam tudo o que não encaixe em certos padrões de "bom gosto" ( geralmente importados de espécimes de nacionalidade diversa ) e vá além de um cinema absurdo, amorfo e neurótico que, na maior parte das vezes, nem eles entendem... No fundo, os elementos deste segundo grupo são os mesmos do primeiro, com roupagem modo de falar diferente.
Aproveitando a "boleia", também me vou dar ao luxo de "estigmatizar por aí" os estigmas alheios - atenção! Não estou a criticar gostos pessoais, apenas preconceitos. Considero que as ditas pessoas que "estigmatizam" o Fantástico possuem um mentalidade de "rio seco". Falta-lhes o pulsante cauda... São aqueles "mesmos" de sempre para quem a terra é plana, a lua é um queijo e que acham que a imaginação é atributo infantil, sem esquecerem que esta é o verdadeiro "combustível" da sua realidade. Num mundo só de gente assim, nunca teríamos passado de seres cavernículas, cheios de certezas inabaláveis, num mundo terrívelmente intediante. Sendo assim... Para o diabo com quem tem preconceitos relativos ao Fantástico!