Fórmula da Paixão

31.03.06

Sozinho...

Sozinho era um.

Era a unidade.

Indivisível.

Era apenas a minha verdade...

Renunciava ao plural,

Repudiava qualquer equação.

Eu era o resultado final

De todas as fórmulas da paixão.

Era um...

Mas desde que te vi

Aprendi a conta de somar

E agora, estando sem ti,

Já não me contenta o singular...

Um...

Quero fugir desta solitária matemática!

Quero a química da sensação!

Deixar de ser formula estática,

Demonstrada pela solidão.

Ainda sou um...

Mas sinto-me uma fracção...

Pois quando te enumerei,

Perdi todo o coração...

Sou um...

Mas talvez...

Talvez dois não sejam uma multidão,

Se dois puderem ser um

E o um fôr esta paixão...

 

Feaglar 1999

publicado por sá morais às 18:57

Roubo da Lua

28.03.06

height=150 src="http://fotos.sapo.pt/samorais/pic/000224g1/s375x320" width=155>

Se um dia, por um acaso,

A Lua quiseres roubar,

Leva-me contigo nessa noite

E a roubarei para te dar.

 

E se nessa mesma noite

As estrelas também cobiçares,

Só precisarás de abrir as mãos

E terás quantas desejares.

 

Mas, se no fim dessa noite,

Nada disto te consolar...

Recoloca tudo onde estava

E rouba-me em seu lugar.

 

Feaglar

publicado por sá morais às 13:54

Prism Of Life

24.03.06

I am hunted by the future
Will the future be my past?
Or is time a fade out picture
Of my everlasting cast?
Love is phasing
Love is moving
To the rhythm of your sight
I get closer
To the crossing point of light
(...)

Let us try to live our lost illusions
They're the sun at night
If we don't we'll never taste
The spice of life
And when it seems that we're in a dead end street
There's no reason to cry
Cause we have a helping hand who's always aside
Forever light

Enigma















publicado por sá morais às 15:43

Loucura - Verdade Nua

24.03.06

Não sei como te explicar...

Sonho como a vida poderia ser,

Mas esses sonhos não têm lugar...

 

Como te poderei dizer?...

 

Deixo correr os dias iguais,

Não venço esta minha cobardia...

Velha sina de ter paixão a mais,

Velha sina de me faltar a ousadia...

 

Noites perdidas...

 

Por vezes até tento esquecer,

Mas recordo-me sempre ao tentar...

É como uma ferida na alma,

Um mal que nada consegue sarar.

 

Nesta loucura...

 

Não encontro sossego,

Cada instante não tem fim.

Sinto-me a enlouquecer.

Perco o controlo de mim...

 

Um dia terei de confessar...

 

Mas não sei...

Não sei como te irei explicar...

Esta loucura sem explicação,

Explicada só por te amar...

 

Feaglar

 

 

publicado por sá morais às 12:36

Movimento

23.03.06

Perguntas-me o que me move

E eu não te sei responder...

Neste limbo de causas perdidas,

O que te poderia dizer?

 

Será teimosia?

Será loucura?

Será que não conheço outro modo de viver?...

Será que arranco forças

A esta negra e frustrada agonia,

Que sempre envolveu o meu ser?

 

Perguntas-me o que me move...

Nem sei...

 

Será que estado parado,

mas envolto neste turbilhão,

Tu me julgues inquietado,

movendo-me por alguma razão?...

 

Feaglar

publicado por sá morais às 13:14

Verdade Oculta

16.03.06

Minto...

Minto no silêncio.

Minto ao falar.

Minto ao negar a verdade.

Minto por a renegar...

Mil vezes minto!...

A mentira persegue-me,

Mata-me os momentos,

Transfigura a realidade,

Escraviza-me os sentimentos...

Minto...

Minto como um condenado,

Impotente face à tortura.

Sou este quarto fechado,

Paredes da minha própria clausura...

 

Feaglar

publicado por sá morais às 15:30

Oásis

15.03.06

Guardo em mim esta imagem,

Que não consigo vislumbrar...

É como uma distante miragem,

Uma sede no olhar...

 

Nos meus lábios sinto esse beijo,

E a dor de ele não ter tido lugar.

És oásis do meu desejo,

Todo um deserto por atravessar...

 

Feaglar

publicado por sá morais às 20:07

Tempo

12.03.06

Toco o teu corpo,

O tempo parece parar.

És a amena praia de sonhos

Que rodeia o meu mar.

 

 

De ti nasce toda a luz,

Por ti surge a escuridão.

És a eternidade dos meus dias,

És o tempo e a razão.

 

Toco o teu corpo,

Concretizas os meus mitos.

Nascem chamas nos suspiros,

E os murmurios tornam-se gritos...

 

É assim que vivo,

E é porque ti que continuo a viver.

És purgatório e paraíso,

O âmago do meu próprio ser...

 

Feaglar

publicado por sá morais às 15:07

Tormenta

11.03.06

Que jaz no abismo do mar que se ergue?
Nós, Portugal, o poder ser.
Que inquietação do fundo nos soergue?
O desejar poder querer.

Isto, e o mistério de que a noite é o fausto...
Mas súbito, onde o vento ruge,
O relâmpago, farol de Deus, um hausto
Brilha, e o mar 'scuro 'struge.

Fernando Pessoa - Mensagem

publicado por sá morais às 15:44

Fado do Mar

10.03.06

No olhar de um pescador

Há muito mais mar...

Há todo um oceano de dor,

Que as marés nunca irão levar.

 

Os companheiros que morreram

São recordados com terna saudade,

Pois juntos riram e sofreram

Num estranho fado sem idade.

 

E cada filho já perdido

É uma ruga bem vincada,

Rasgada com o traço sentido

De uma dor nunca apagada.

 

Demasiado velho para pescar,

Julgam que levou o mar de vencida.

Mas ele sabe que muito daquele mar

São lágrimas de sua vida...

 

Feaglar 1998

 

publicado por sá morais às 13:17

Alma enamorada

09.03.06

Este meu pecado...

Este meu desejo de pecar,

Que só peca por ser adiado,

Por não ter tempo ou lugar.

 

Pois quis um triste fado

Que eu te fosse encontrar,

Estando eu já condenado

A partir e navegar.

 

Mas nesta terra distante,

Tão longe da Pátria amada,

Recorda-te a todo o instante

Esta alma enamorada.

 

E só sonha em regressar,

Esta alma martirizada,

Que não se deixa deslumbrar

Por nenhuma terra achada.

 

Pois contigo comparada,

Toda esta beleza luxuriante

É apenas um triste nada,

Neste vazio olhar de amante.

 

Ah!... Este meu pecado...

Este meu desejo de pecar,

Que o mar torna adiado,

Mas não consegue apagar...

 

Feaglar

publicado por sá morais às 11:53

Dia Internacional da Mulher

08.03.06

height=418 src="http://www.alienazioni.com/credits/Lauren%20Bacall.jpg" width=254>

Lauren Bacall

Jinho a todas!

publicado por sá morais às 15:50

Encoberto

08.03.06

Destinado a sonhar,

O sonho quiseste cumprir.

Quiseste o Império aumentar,

Outro futuro decidir.

 

Mas quis um triste destino,

Que o sonho, em vez de sê-lo,

Se tornasse um crepúsculo,

Prenuncio do pesadelo.

 

E todos os que tombaram,

Essa nobre alma Lusitana,

Para sempre nos faltaram

Na maior grandeza humana.

 

Ficou o reino desamparado,

À mercê de mil enganos.

Vendo inimigos coroados,

Desgovernando por muitos anos.

 

Mas muito tempo passado,

Teu mito ainda perdura,

Como um sonho abençoado,

Como a completa ventura.

 

Pois ainda se espera o obreiro

Da glória de Portugal,

Rei vindo do nevoeiro,

Para tornar o sonho real...

 

 

Feaglar

publicado por sá morais às 03:23

Nevoeiro ( quando será a hora? )

07.03.06

Nevoeiro

Nem rei nem lei, nem paz nem guerra,
Define com perfil e ser
Este fulgor baço da terra
Que é Portugal a entristecer —
Brilho sem luz e sem arder,
Como o que o fogo-fátuo encerra.

Ninguém sabe que coisa quer.
Ninguém conhece que alma tem,
Nem o que é mal nem o que é bem.
(Que ânsia distante perto chora?)
Tudo é incerto e derradeiro.
Tudo é disperso, nada é inteiro.
Ó Portugal, hoje és nevoeiro...
É a Hora! Valete, Frates.

Fernando Pessoa (Parte III- Nevoeiro).

publicado por sá morais às 18:43

O Falcão

06.03.06

Quem se recorda desta saudosa revista que fez as delicias de muitos jovens ( e não só ) com as aventuras do Major Alvega, Dan Dare, ENE3, Dogfight Dixon, entre tantos outros?

publicado por sá morais às 12:24

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