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Páginas Lentas... Porque se saboreiam bem devagar num projecto lançado pelo Gicav, ideia de juntar autores. 19 textos originais. 19 escritores ( sendo eu um deles ). Viseu, o lugar comum...
Site do Livro Páginas Lentas
Venha até à FNAC/ PALÁCIO DO GELO - VISEU NO DIA 6 de Dezembro pelas 18h00.
Com um especial abraço para o mentor do projecto JOsé n.
" (...)mas de todos os livros que li durante o ano, sem duvida alguma “Goor - A Crónica de Feaglar 2“ foi o melhor do ano, melhor de todos, daquele tipo de livro que tenho sempre a mão para uma releitura, e posso indicar com toda confiança como sendo um livro completo."
O escritor Jean-Marie Gustave Le Clezio foi o nome escolhido pela Academia Real sueca como vencedor do nobel da literatura deste ano.
O prémio tem um valor de 10 milhões de coroas suecas, equivalente a um milhão de euros e foi anunciado esta tarde em Estocolmo.
Desde 1985 que um escritor francês não ganhava o Nobel literário. Aos 68 anos, Le Clézio, autor de romances de aventura, ensaios e literatura infantil, sucede à escritora britânica Doris Lessing, galardoada o ano passado.
O prémio foi instituido pelo milionário Alfred Nobel e estabelecido em 1901, com excepção para o Nobel da economia introduzido pelo banco central da Suécia em 1968.
Le Clézio vem de uma família que emigrou para a Grã-Bretanha no século XVIII. A família viveu numa colônia britânica onde era permitido aos colonos manterem as suas propriedades e o uso da língua francesa, alegando a nacionalidade britânica. A família viveu por um tempo na África, onde o pai dele serviu como um cirurgião no exército britânico. Durante a Segunda Guerra Mundial, Le Clézio foi separado da família, pois seu pai não tinha condições para se juntar a sua mulher e filhos em Nice. Em seguida, depois de passar alguns anos em Londres e Bristol, ele vai para os Estados Unidos da América e se torna professor. Le Clézio estudou no Collège Universitaire Littéraire. Após se graduar em literatura francesa, ele se torna famoso aos 23 anos com seu primeiro romance, Le Procès-verbal (O processo verbal), que foi selecionado para o Prêmio Goncourt e para o qual foi premiado com o Prêmio Renaudot em 1963. Desde então, ele já publicou cerca de trinta livros, incluindo contos, romances, ensaios, duas traduções sobre o tema da mitologia indiana, inúmeros comentários e prefácios, assim como algumas contribuições para publicações coletivas. Sua carreira de escritor pode ser dividida em dois grandes períodos: De 1963 a 1975, Le Clézio explorou temas como a loucura, a linguagem, a escrita, dedicando-se à experimentação formal na sequência de contemporâneos, tais como Georges Perec ou Michel Butor. A obra de Le Clézio foi muito elogiada por intelectuais como Michel Foucault e Gilles Deleuze. No final dos anos 1970, o estilo do escritor sofre uma mudança drástica, quando ele abandona a experimentação e o humor de seus romances e estes se tornaram menos atormentados. O autor acaba abordando temas como infância, adolescência ou viajando, atraindo um vasto público. Em 1980, Clézio foi o primeiro vencedor do recém-criado prêmio Paul Morand, adjudicado à Désert pela Academia Francesa. Em 1994, um inquérito realizado pela revista francesa Lire mostrou que 13% dos leitores consideram-no o maior escritor francês da atualidade.
Neste momento, vive no Novo México e continua a escrever: “Je veux écrire une autre parole qui ne maudisse pas, qui n’exècre pas, qui ne vicie pas, qui ne propage pas la maladie.
Os Xerfec ( darmenérios )
Xerfec - Corpo militar de elite ao serviço da rainha Calicíada ( darmenéria ), aquando dos acontecimentos relatados em Goor - A Crónica de Feaglar. Estes guerreiros têm reputação de serem brutais, impiedosos assassinos e selvagens. O "recrutamento" dos Xerfec é maioritariamente feito com recurso a crianças condra raptadas em incursões fronteiriças ou traficadas por líderes tribais sem escrúpulos. Alguns são também criminosos darmenérios que obtiveram perdão para a sua pena de morte, em troca de servirem nestas unidades até ao fim dos seus dias. A educação das crianças é brutal e visa apenas um objectivo: matar. Essas crianças são forçadas a esquecer a sua origem e todas as ligações familiares que tinham anteriormente. Os xerfec gozam de algumas regalias dentro do seu reino ( como poderem confiscar bens das classes mais baixas ) e estão apenas submetidos à autoridade régia. As próprias unidades regulares darmenérias desprezam-nos e temem-nos pela sua selvajaria.
Os guerreiros xerfec que chegam a idades avançadas, em que já não podem combater e que não ascenderam a oficiais têm o cruel destino de servirem nos campos de treinos, onde sofrem todo o tipo de violência por parte dos jovens recrutas, que chegam a ser incentivados a a espancá-los até à morte ou a treinarem neles os golpes de armas, de forma a soltarem os seus instintos mais sanguinários. Talvez por isso muitos xerfec optem pelo suicídio, depois de uma vida repleta de excessos e sangue.
A cavalaria dhorian é a única força militar por quem os xerfec guardam algum respeito, Antigas batalhas fronteiriças justificam esse sentimento, pois várias vezes foram derrotados nesses recontros.
Os xerfec são por diversas vezes referenciados ao longo de Goor - A Crónica de Feaglar. No Volume II, uma das personagens principais envolve-se num violento confronto com diversos xerfec encarregados de a matar.
Os Dagarac ( condra )
Ao contrário da maioria dos reinos, que entregam essas funções aos exércitos regulares, os condra possuem uma força paramilitar de elite que persegue criminosos, actuando dentro e até mesmo fora das suas fronteiras. Os dagarac são essencialmente recrutados da Guarda Real Condra, mas também possuem alguns dhorians e nilmec ( estes últimos devido às suas singulares capacidade mentais ) nas suas fileiras. Devido à grande diversidade étnica e existência de diversas tribos autónomas em constantes lutas pelo poder, o dagarc também actuam como salvaguarda da autoridade régia.
Porém, no acontecimentos relatados em Goor I, os dagarac revelam-se incapazes de impedir a sucessão de acontecimentos ( alimentados pela traição de diversos senhores tribais ) que culminarão na morte do rei Fremedon e na consequente invasão do seu reino pelas forças de Calicíada, apesar do valor demonstrado em diversas ocasiões.
Durante a ocupação darmenéria, os dagarac que não se submetem são cruelmente perseguidos e executados. Os poucos que sobrevivem à mortandade das batalhas e a essa posterior perseguição refugiam-se em reinos vizinhos, aguardando o momento certo para voltarem a lutar.
Em Goor - A Crónica de Feaglar I é-nos apresentado Dardon, um valente guerreiro dagarac, que irá aliar-se a Feaglar para capturar o vil Racul. Levada a cabo essa acção, Dardon decide juntar-se ao rei dhorian e acompanhá-lo nas suas aventuras.
Montanhas de Goor - Cadeias de montanhas inexploradas a norte do reino Darmenério. Lugar proibido e temido pelos Homens. Será palco de aventuras de Feaglar e dos seus companheiros.
Em dhorianic ( língua padrão dos dhorians ) Goor tem o significado de tenebroso, assustador, proibido. No entanto, esta palavra não é utilizada no quotidiano, recorrendo-se ao sinónimo hagarun. A palavra goor existe com idêntico sentido ( e como referência geográfica ) na língua dos nilmec e na maioria dos dialectos condra. Os Líticos também a utilizam, nas pronunciam-na guur.
Celénia - Capital do reino Dhorian e morada dos monarcas até à construção de Nimelian, no reinado de Feaglar. Mas mesmo depois dessa mudança, a corte permanece nesta antiga cidade fortificada, cujas origens se perdem nos Tempos Antigos ( descrição generalista para o passdo mais distante ). A imponente muralha original foi derrubada pelo rei Dagnar, que pretendia alargar os muitos palácios no interior, incluindo o seu. Foi construída uma nova linha de muralhas, mas muitos militares sempre a consideraram inferior à original, apesar de alguns melhoramentos defensivos realizados ao longo do tempo. As principais edificações da cidade são imponentes e austeras, num estilo arquitectónico grandioso, mas rude. As ruas são estreitas, labirínticas e sombrias, ao contrário do que acontece na airosa e funcional Nimelian. Como em muitas outras cidades, o casario já extravasou para o exterior das muralhas, sendo aí que residem as classes mais baixas. Celénia é habitada por muita da nobreza dhorian mais tradicional, que se opõe de modo mais ou menos encoberto às reformas de Feaglar.
Devido ao meu envolvimento num projecto, do qual falarei quando achar ser a altura apropriada, decidi vir aqui divulgar dois projectos culturais:
GICAV ( VISEU )
Espíritos Inquietos ( S. Pedro do Sul )
com um especial abraço para o amigo Rui Madeira.
Recebi à dias um mail de uma leitora de Goor - A Crónica de Feaglar ( obrigado pelo feedback ) com alguns reparos que julgo serem importantes e decidi responder aqui no bastião blogosférico:
1- "Existe uma diferença de ritmo entre o início de Goor I e Goor II"
É verdade. Goor II é bem mais objectivo e "acelerado" enredo. No início ainda estava a "encaixar-me" na estória, a moldar-me a tudo aquilo que se desenrolava na minha cabeça. Foi difícil muito conciliar ideias e escrita. Só quando me "fundi" mais com aquele mundo de Goor e aprendi a ser melhor "cronista" é que as coisas fluiram melhor. Devo ainda acrescentar que o início foi escrito de forma intermitente ( o que nunca é bom... ) e em espaços pouco... apropriados... como salas de aula da faculdade. Goor I é realmente um pouco mais "pesado", mas é essencial para o que vem a seguir. Eu não alteraria nada, talvez por já me ter apegado em demasia ao todo que é Goor.
2- "As personagens mais fortes são mulheres. Porquê?
Bem, não vamos esquecer Feaglar, Thuron ou Sarraden... Mas não hajam dúvidas que Gar-Dena, Calédra e até mesmo Galana são os "motores" e muita da alma da estória. São forças indomáveis, poderosas e profundas. Não é por acaso que a minha personagem preferida acaba por ser a irreverente ( sim, é um eufemismo... ) Calédra. Mas porquê mulheres? Bem, porque não?! Para quê insistir na "velha fórmula" em que as mulheres são sempre as frágeis donzelas que aguardam o regresso dos heróis? Porque não perverter esse modelo? Porque não?...
3 - " O que influenciou Goor? Eu esperava encontrar na linha dos livros de X e afinal (...)"
Goor não se encaixa apenas na Fantasia e não segue o repetido modelo " magos, anões & elfos". Nada disso! Também é uma demanda ( aqui com importância relativa... ) e tem um toque de sobrenatural, mas acaba por ser um livro diferente. Fantasia Épica? Não sei... É diferente. Recordo que no início de Goor as personagens são cépticas a tudo o que ultrapasse a fasquia daquilo que é tido por "normal". Esta é uma sociedade com um ideário mitológico simples, num estádio "protocientífico", que nunca aceitaria "idosos de chapéus bicudos a agitarem varinhas mágicas". Em Goor os poderes sobrenaturais submetem-se à vontade das pessoas das quais emanam e têm uma explicação enublada e invulgar... Para mim, esta é uma "magia" bem mais poderosa - o poder intrínseco da essência humana.
Isto talvez se deva a influências bastante diversificadas, que não são maioritáriamente do campo da Fantasia. A verdade é que desconheço muitas das obras tidas por referência pela "intelectualidade" do meio. Mas julgo que compenso essa falha com diversidade.
4 - "fazer mais livros de Goor"
Infelizmente não vivo da escrita... Infelizmente, como tantos portugueses, tenho um trabalho que me ocupa muito tempo e me faz chegar estoirado a casa ao fim do dia. Não posso embarcar em retiros espirituais, nem em viagens inspiradoras, como fazem algumas figuras da escrita. Vivo a vida real da maioria dos portugueses.
Tenho muitas ideias, mas poucas condições para as colocar no papel. Escreverei em tempos melhores. Espero, mas não desisto. Vamos a ver se será algo do género de Goor ou não...
5 - " Não encontrei aqui o livros nas paeplarias de (...)"
Há tanto para dizer! Mas vou deixar este tema para um post posterior...
Resta-me agradecer as palavras simpáticas e o apoio que recebi deste mail. Como costumo dizer: a minha melhor recompensa é saber que alguém gostou de partilhar deste meu mundo!
Caso também queiram falar sobre Goor, enviem um mail para noctis2006@sapo.pt
Deuses, Demónios, Seres Míticos, Heterodoxos, Marginados, Operações, Lugares Mágicos e Iconografia da Tradição Lusíada
Este projecto, composto por três volumes, constitui o resultado de pesquisas efectuadas ao longo de três décadas por Manuel J. Gandra, investigador pioneiro no estudo da tradição cultural e espiritual do nosso país.Trata-se de um trabalho sem precedentes que, sob a forma de dicionário, nos dá a conhecer a riqueza impressionante e polifacetada da alma profunda mas, no geral, desconhecida da tradição portuguesa.Só no primeiro volume deste empreendimento inovador e de grande envergadura, o leitor tem acesso a 1300 entradas escritas com todo o rigor que caracteriza este autor.
«(…) Portugal Sobrenatural, guia essencial das pessoas, lugares, mitos e símbolos do Portugal profundo, que ainda falta cumprir, surge, justamente, com o desígnio de resgatar tal aptidão contemplativa, investindo na constituição de um corpo informal, porém sagaz e transversal, de inteligência, capacitado para (mesmo arrostando com toda a espécie de brumas, temporais e contra-tempos) ir além do tormentoso mar das paixões e medos, outrora figurado pelo Bojador.»
"Adorei ter lido esta obra, porque além da parte das aventuras, tem uma parte muito intensa de amor de amizade entre as personagens, valores que hoje em dia parecem ser raros, as pessoas vivem tudo muito rápido, e com o epicentro nelas próprias, os outros não interessam, por isso enalteço essa parte do livro. Depois a forma como o Pedro descreve as paisagens e os acontecimentos vividos nas varias expedições (Goor, Caliciada e a caça a Munthul), as cidades dos sete reinos (com relevo para a fabulosa Fir-Hur-Abat onde se encontrava a crianças Aurabranas, que era a ultima esperança dessa fabulosa raça.), Também o autor fez grandes revelações sobre Gar-Dena, Cáledra e Galana. Todas elas com um perfil forte e evolutivo em toda a trama, (...) Claro que não vos vou contar as revelações se não tirava o interesse todo à história. À pouco falei-vos de amizade e amor, vou vos confessar uma coisa, certas cenas são de tal maneira intensas que parecemos estarmos a viver aquela história de alguma forma, dando por mim a chorar pelos acontecimentos descritos.
(...) Em suma, uma leitura fácil, entusiasmante, com valores muito preciosos. Uma Obra daquelas que vale a pena ler.
Francisco Fiuza
"Desafiava-me o Pedro Ventura, aqui a atrasado no blog “Correio do Fantástico”, que definisse o que era afinal a literatura Fantástica. Depois de algumas considerações de género, dando os exemplos de Jack o Estripador de Bram Stoker, Frankenstein de Mary Shelley, os neofantásticos Kafka, Borges e Cortázar, os clássicos Maupassant, Hoffmann, Poe e Gogol, respondi-lhe, que era toda a literatura construída através de sistemas simbólicos, ambíguos e estéticos, com intencional transgressão dos preceitos racionais vigentes, equacionando os domínios do natural e do sobrenatural, do estranho e do maravilhoso, do tempo cronológico e do tempo subjectivo, que tentava contornar o incontornável real.
Posto isto, e porque no mesmo tempo lia o seu segundo livro a solo, (é co-autor com Teresa Branco, do “Astrologia, o Trabalho e o seu Destino”, da Livros Novalis), permitam-me os amabilíssimos leitores deste post, que diga antes de mais: O romance/aventura de Pedro Ventura, Goor - A Crónica de Feaglar II, da Papiro Editora, que podem encomendar aqui, é arte épica da Literatura Fantástica em todo o seu esplendor e, exemplo, de como em Portugal já se escreve a sério neste género literário.
Quando li o Goor - A Crónica de Feaglar I (Goor I), de forma prudente, tive oportunidade de me pronunciar aqui, quanto ao processo narratológico, planificação e caracterização das personagens de um épico romance/aventura, sem os habituais dragões e elfos que povoam a memória colectiva, mas com a conceptualização do fantástico de uma cultura laica e racionalista. Agora, no Goor - A Crónica de Feaglar II (Goor II), e embora não o aconselhe, pode ser lido sem passar pelo Goor I, o Pedro, volta a surpreender, conseguindo a façanha de escrever uma segunda parte, melhor que a primeira. Coisa, diga-se, não é habitual.
Os Goor, I e II, giram à volta de uma demanda. Os seus personagens, esteticamente humanos com roupagem do lugar e do tempo, são instâncias metafóricas densamente significantes, com fraquezas e erros de qualquer um, e vão-nos envolvendo no entrelaçado de histórias bem imaginadas pela criatividade do Pedro, que, chega a ser poética e não raras vezes filosófica, sublinhando a ideia de uma intencionalidade da consciência que emerge de um passado, mas não fica no passado.
Logo nas primeiras páginas, sentimos que o escritor cresceu com as personagens. A elaboração dos diálogos e a narração, deram o salto para a mensagem da dimensão da alma humana que é singular a cada um de nós: não perde de vista a condição de sermos seres como os outros e que a felicidade (estética) depende do máximo de felicidade (ética), levando-nos a um mundo em que nada é absoluto ou imutável, que é por excelência o mundo dos humanos, gente de sentimentos variados que podem hoje ser bons e amanhã o contrário, na medida em que, significa, o ser melhor num cosmos (mãe natureza) comum, e o abraçar as singularidades para promover o ideal imaginado, com motivações e angústias que vão sendo desvendadas com novas, surpreendentes e bem medidas revelações, terminando no encontro da paz interior quando, Feaglar, sobe a falésia e dança com o vento.
Dos vários e “ricos” personagens, cativam-nos, principalmente, a cintilante guerreira aurabrana, Calédra, uma encantadora e fantástica mulher que imagino de beleza imoral, imanente a ela mesma e transcendente das demais que, com Feaglar, o rei do reino Dhorian, é a ordem da autenticidade e suporte de toda esta trama.