O Medalhão Mágico - O Reino de Damantiham (opinião)

11.09.13
Mariana Lucera – “Jornalista, nascida em 1988 em Pontal, interior do estado de São Paulo. Começou a escrever O Medalhão Mágico aos 14 anos. Leitora voraz de literatura fantástica e romances policiais, a nerd, grande fã de Star Wars e O Senhor dos Anéis, decidiu deixar os personagens alheios para criar os seus durante as aulas de Matemática, que sempre odiou, rabiscando no meio dos cadernos os primeiros capitúlos da história de Emily Dismorri. Este é o primeiro livro da série O Medalhão Mágico, que também é composta por A Cidade Perdida, O Último Gardião e A Nova Era.

O Medalhão Mágico - O Reino de Damantiham
Editora: Ársis Fantasia ( Oitava Rima )
2013
Ilustrações e capa: Débora Neves
Literatura  infanto-juvenil
360 páginas

       Opinião:
     A capa, da autoria da Débora Neves, pareceu-me honesta (reflecte a temática e o estilo da obra - o que nem sempre acontece hoje em dia) e sem exageros (também vai sendo raro...). Nota positiva, sem dúvida!  

    Este livro, que me foi gentilmente enviado pela Mariana Lucera - que conheci através de alguns dos Goor que atravessaram o oceano, divide-se em duas partes: a primeira passada no mundo “real” e a segunda em Damantiham, o universo imaginário.

   Essa primeira parte foi uma agradável surpresa com a pequena Amy, a protagonista, a recordar-me as personagens de Enid Blyton, apesar da sua condição de “aventureira solitária”. 

   Logo nas primeiras páginas pressenti (posso estar enganado) que a autora estava a estender a homenagem inicial ao pai, na personagem de Jordan Dismorri: “Na verdade, para a menina, o pai era seu herói”. Um ponto positivo, numa visão meramente pessoal, pois não acredito em autores que se “alimentem” apenas dos livros que leram, esquecendo a sua experiência de vida. Esta suspeita leva-me a outras que confirmarei com a Mariana…

     Amy é uma menina viciada em livros e representa na perfeição muitos dos jovens leitores (e não só...) a quem a obra se destina. Essa identificação será fácil e ajudará a criar um laço emocional com a história. Eu não fui imune a essa relação...

    “…em Damantiham, deviam ser iguais ao futebol em sua terra: provocava irracionalidade em nível alto nos homens.”

    “… pois Emy não gostava de fritar no sol. Na verdade ela preferia o inverno.”

    Sublinhei estas (e outras) frases e senti logo uma grande empatia por Emily, alguém com quem gostaria certamente de conversar ou acompanhar numa aventura. Nem sempre o dono de um Morgan é a melhor companhia numa trincheira...

     Se, por um lado, o caminho trilhado pela personagem principal nessa primeira parte é fácil de decifrar, a autora é competente em despertar de um interesse crescente no enredo. A biblioteca transforma-se na “gruta de cristal” que dá acesso ao maravilhoso - uma visão juvenil, mas saudável, que não desaparece em mim e que gosto de encontrar amiúde. 

 

    Em relação à segunda parte, esclareço já um ponto: não sou um leitor habitual de livros que incorporem magia – por opção própria são poucos os que li até hoje. As minhas bases comparativas não são muitas e tentar opinar sem gerar spoilers será difícil... Mas aqui vai:

    Em termos de escrita, não me recordo de ter encontrado erros.

   Na acção principal da obra não faltam as “revelações”, os “seres fantásticos”, as “batalhas” nem os “imprevistos” prometidos na sinopse. A aventura e a fantasia correm caudalosas neste livro e prenderão apreciadores do género (e não só…).

   Por vezes há interrupções (quase sempre para explicações sobre o passado) que travam o ritmo de leitura, mas talvez sejam necessárias para o público-alvo. 
 
   Apesar da simpatia por Emy, a minha personagem preferida é… Amyla. Tenho uma preferência por personagens acídicas e a obra alimenta, em certos momentos, essa empatia pela vilã, personagem que me parece ser a que alcança maior complexidade. Consegui mesmo criar uma imagem mental da feiticeira, exercício que sempre me apraz. Confesso que cheguei mesmo a "torcer" por ela. 

    Obviamente, o livro, classificado como literatura juvenil, vive da dicotomia Bem/Mal, mas consegue diluí-la, aqui e ali, em tons cinzentos de heróis ligados a um egoísmo politiqueiro e vilões que não são “maus só porque sim”.

    No fim, as personagens sobrevivem na nossa mente e alguns mistérios ( que considero fulcrais no enredo ) permanecem em aberto, o que nos leva a querer ler “O Medalhão Mágico: A Cidade Perdida”. Venha ele, então! Sabendo o que se vai ler, ninguém se sentirá enganado! 
  


Nota:

   A leitura ser feita sem qualquer problema. Palavras como “barganharmos” ou “pipocar” não dão sequer para tropeçar na leitura – e eu não sou daqueles que vê novelas e conhece de fio a pavio as particularidades do português do Brasil. Quem for de Portugal e quiser ler, não terá qualquer dificuldade. 
publicado por sá morais às 23:59

Book review: ‘George Orwell: A Life in Letters’

11.09.13

 

Given his relatively short life, it’s amazing that George Orwell (1903-50) wrote as much as he did — novels, essays, newspaper columns, book reviews, investigative journalism, radio broadcasts and more than 1,700 letters.

And given the turbulent conditions of his life — uncertain finances, almost constant ill health, frequent moves, a near-fatal war wound, a wife dying young, an adopted child to support, cowardly publishers and vindictive political enemies — it’s equally amazing that he got anything done at all.

A Life in Letters is another solid contribution to the Orwell canon by the indefatigable Peter Davison, who spent 17 years editing and annotating the 20 volumes of Orwell’s Complete Works and who, last year, gave us George Orwell Diaries. Again, as with the diaries, we see a rich spectrum of the writer’s life, from the early 1930s when he is researching the harsh conditions in British coal country for The Road to Wigan Pier, to his time spent in Morocco for his health, to his stint with the BBC during World War II and the all-too-brief period of the late 1940s when he at last enjoyed decent earnings from his work.

Amid these glimpses of Orwell as writer, political activist, farmer, husband and father, it’s thrilling to see him birth the ideas that gave him literary immortality. In a January 1944 letter to his agent Leonard Moore, for instance, Orwell cautiously describes his current project as “a fairy story but also a political allegory.” The book, Animal Farm, became one of the iconic literary works of the Cold War, translated into more than 70 languages and selling millions of copies.

A month later, replying to a Bolshevik resister and professor who had sent him an anthology of Russian literature, Orwell closes his letter with astonishing modesty: “I am writing a little squib which might amuse you when it comes out, but it is so not O.K. politically that I don’t feel certain … anyone will publish it.” The squib was Nineteen Eighty-Four.

We also see Orwell developing the sensibility that made him one of the 20th century’s most perceptive cultural critics. In a 1936 letter to Henry Miller, Orwell says he admired the writer’s controversial first novel,Tropic of Cancer, but not his sophomore effort, Black Spring: “I think on the whole you have moved too much away from the ordinary world into a sort of Mickey Mouse universe. … I have a sort of belly to earth attitude and always feel uneasy when I get away from the ordinary world where grass is green, stones hard, etc.”

Whether written to little-known people or to literary stars like Dwight Macdonald, Arthur Koestler and T.S. Eliot (one of many publishers who passed on Animal Farm), Orwell’s letters tend to be grab-bag affairs packed with topics both momentous and mundane. In March 1939, writing from Marrakesh, he darkly warns the art critic Herbert Read that war will bring “a fascising [sic] process” and an authoritarian regime to England. A few days later he asks a friend who is tending his farm whether a favorite goat, Muriel — a name given to the wise goat of Animal Farm — has been mated yet, dryly adding, “It is a most unedifying spectacle, by the way, if you happen to watch it.”

As Davison notes, A Life in Letters has unfortunate gaps. There is understandably little from the Spanish Civil War, where Orwell was seriously wounded and driven out of the country by pro-Soviet Communists. And there are no letters from the five eventful years he spent as an Imperial policeman in Burma, a fertile time that later produced the novel Burmese Days and classic essays like “A Hanging” and “Shooting an Elephant.”

Such lacunae are to be mourned. But with so much else to offer, A Life in Letters belongs on any Orwellite’s shelf.


Dallas writer Chris Tucker is a commentator for KERA-FM (90.1) and a teacher in Richland College’s Emeritus program.

books@dallasnews.com

George Orwell

A Life in Letters

Edited by Peter Davison

(Liveright, $35)

publicado por Andreia Torres às 00:32

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