Passatempo II "O Regresso dos Deuses - Rebelião" de Pedro Ventura

31.05.11

 

 

 

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Opinião: "O Regresso dos Deuses - Rebelião" de Pedro Ventura no blog MORRIGHAN

31.05.11

O Regresso dos Deuses - Rebelião 
Pedro Ventura

Editora: Editorial Presença
Colecção: Via Láctea (#95)

Sinopse: Após um longo sono de várias décadas, Calédra, a bela guerreira aurabrana, desperta subitamente para uma realidade que lhe é estranha, um tempo que não é o seu. Antiga rainha dos aurabranos e senhora de um passado obscuro, Calédra, outrora conhecida como a Portadora da Luz, está destinada a protagonizar uma missão quase impossível – salvar o mundo, e muito em particular os humanos, da crescente ameaça representada pelo domínio Holkan. Ao longo desta saga extraordinária, são muitos (e improváveis) os aliados que Calédra vai encontrando, e muitas são também as vezes em que a guerreira enfrenta inimigos terríveis – como Mugar-Abe, o tenebroso regente do reino e aliado dos Holkan – e se vê às portas da morte. Mas o seu espírito singular e inquebrantável promete dar luta aos seus inimigos e cativar-nos desde logo, pela sua determinação, levando-nos a ler com insaciável voracidade as páginas deste épico vibrante.

Opinião: Após as excelentes leituras que foram os dois Goor de Pedro Ventura, este traz-nos agora uma nova obra, inserida no mesmo mundo contudo num tempo bastante diferente.

Dada a separação que houve entre os dois volumes anteriores, que não se encontram à venda, e este, a parte inicial da história acaba por ser uma contextualização histórica e temporal relativamente aos Goor.
Calédra, personagem de grande destaque nos Goor, acorda então passadas algumas décadas sem compreender o porquê de ter sido preservada este tempo todo. Quando toma consciência de si no mundo em que se encontra, não reconhece ninguém e pergunta-se qual será o seu propósito. Quando o compreende, uma mistura de sentimentos contraditórios apoderam-se da bela guerreira, todavia nunca colocando em causa a sua missão.
O seu percurso será doloroso, marcante, muitas vezes ingrato e outras tantas odioso, mas ela sabe que só assim conseguirá salvar os humanos do seu terrível desaparecimento.

Apesar de estar inserido na colecção Via Láctea, 'O Regresso dos Deuses - Rebelião' não é tanto um livro de fantasia enquadrado nos padrões habituais, contendo sim elementos sobrenaturais que lhe dão um toque mais místico.
Outro ponto de ruptura com o fantástico a que estamos habituados, é a caracterização da personagem principal. Ao invés de termos a parte feminina mais fraca em que existe uma masculina claramente dominante que tem como função proteger a mulher frágil, aqui temos uma protagonista em que ela é que está despida de qualquer fraqueza aparente tendo uma personalidade extremamente forte, um carácter determinado e um punho de ferro. Calédra Denaris é sem dúvida uma personagem enigmática, obscura e ao mesmo tempo fascinante na sua frieza em relação ao que a rodeia.
Há também um grupo de personagens, como Advark, Garleana, Marávia e Cartina, nenhuma delas simples, mas que se mantiveram ao lado de Calédra até ao fim, cada um percorrendo a sua própria demanda pessoal.

Sou sincera, apesar de ter gostado mais dos Goor, acho que temos aqui uma obra de um autor português de grande qualidade, que foge de forma determinada ao esterótipo da donzela em perigo que vai ser salva pelo guerreiro forte e musculado. É uma obra quase desprovida de romance pitoresco, indo muito mais além na abordagem ao íntimo do ser humano revendo valores, pondo em causa o que está certo ou errado sendo claro que tudo acaba por depender de uma certa subjectividade do sujeito que interpreta os factos.

Por fim, dou os parabéns ao Pedro Ventura por nunca desistir e finalmente conseguir ter uma obra sua ao dispor de todos e à Editorial Presença por ter apostado num autor cheio de potencial. Gostei.

Opinião: “O Regresso dos Deuses – Rebelião” de Pedro Ventura (por Vítor Frazão)

19.05.11

Não tendo lido “Goor – A Crónica de Feaglar” volumes I e II, o meu principal receio ao pegar em “O Regresso dos Deuses – Rebelião” foi que isso fizesse diferença (embora já me tivesse assegurado que não). Felizmente, depressa descobri que embora a narrativa desperte alguma curiosidade sobre as obras anteriores (aliás, sobre todo o universo literário em questão) a leitura destas não é um pré-requisito necessário para a apreciar.

 

Embora seja imediatamente identificada com high fantasy, “O Regresso dos Deuses – Rebelião mantém-se longe dos clichés e insere elementos novos, o que lhe confere originalidade, nomeadamente temas que são mais habituais em ficção científica do que em fantasy, evitando ao mesmo tempo uma transferência entre os géneros (tentativas que por vezes podem descambar em resultados que “não são carne nem peixe”, o que felizmente não foi o caso).

 

Contrariando uma tendência que infelizmente tem vindo a fazer sentir o seu peso dentro do fantástico (mandando às urtigas décadas de evolução), em “O Regresso dos Deuses – Rebelião” temos uma protagonista feminina forte. Quando digo forte não estou a falar apenas de uma pirralha com um pouco de atitude e uma língua afiada, nem de uma lutadora semi-nua com mais curvas do que cérebro, mas uma verdadeira guerreira, cujo valor vem de efectiva força física e psicológica. Sim, Calédra é bela, como vários personagens o afirmam, porém, o seu aspecto não tem qualquer peso face aos actos, nem é utilizado como uma vantagem.

 

Calédra Denaris é poderosa, tanto que, por vezes, se torna difícil identificarmo-nos com esta irascível e arrogante rufia possuidora de capacidades sobrenaturais, todavia, ao mesmo tempo, vemos ocasionais momentos de fraqueza e dúvida que revelam um ser além da mera máquina de guerra, da salvadora que fará o que for preciso para defender o mundo do domínio dos Holkan.

 

Em redor desta guerreira temos um conjunto de personagens secundárias que, tal como a protagonista, são pintadas com tons de cinzento, o que lhes fornece uma refrescante ambiguidade moral (que nem sempre vemos obras de high fantasy) e também preparou o terreno para algumas surpresas.

 

O único senão da obra é a ausência de descrições mais pormenorizadas, o que dificulta a visualização física de certas personagens, não obstante, também compreendo que a introdução de tal elemento poderia ter prejudicado o ritmo da narrativa.

 

Em suma, uma boa leitura, que não desiludiu (risco sempre presente quando criamos expectativas).      

O Regresso dos Deuses: Rebelião - Resenha ( I Dream in Infrared - Rogério Ribeiro )

15.05.11

"Coloquemos desde já as cartas em cima da mesa: O Regresso dos Deuses – Rebelião (2011, Editorial Presença), de Pedro Ventura, é um livro que um leitor ou adora ou odeia. Isto porque a obra, transcendendo as suas qualidades e defeitos, é movida por uma escrita tão intensa e visceral, por vezes extremamente desapaixonada, outras vezes exactamente o oposto, que não deixa espaço à indiferença.


Calédra, antiga rainha dos aurabranos, é acordada após um sono de décadas, qual Merlin destinado a ressurgir no momento de maior necessidade. Mas aqui começa também o calvário desta personagem: as expectativas de um mundo pesam sobre esta guerreira singular, mas ainda desorientada perante a nova era. A reacção não poderia deixar de ser intempestiva; de vontade férrea, aceita a sua responsabilidade, mas nos seus próprios termos.

Crescentemente, Calédra torna-se um “buraco-negro” que condiciona amigos e inimigos. Para além disso, é esta a personagem que marca todo o livro, e é ela que o carrega do princípio ao fim. Dona de uma personalidade indomável, revelando-se muitas vezes prepotente, arbitrária, ou apenas moralmente alheada, Calédra demonstra uma aposta de Pedro Ventura em criar uma protagonista em tudo diferente do molde já batido da comum fantasia épica.
Aliás, também o arco de história, que engloba mais do que este livro, deixa, principalmente na figura dos endeusados Holkan e da sua relação com Calédra, pistas que remetem esse mesmo registo de fantasia épica para um suspeito véu colocado sobre a nossa percepção da realidade.

Toda a narrativa está bem construída (para um volume que funciona como introdução a uma obra mais vasta), mas assenta fortemente na aceitação do leitor em se tornar em mais um dos seguidores indefectíveis de Calédra. Sem essa “submissão”, que o autor consegue lograr pelo arrojo com que impõe a protagonista, imagino que a leitura seja dificultada. Com uma escrita adulta, e um enredo que muito se aproxima de um espírito quase shakespeariano, Pedro Ventura faz poucas concessões ao facilitismo, ocupando uma posição na actual literatura fantástica nacional que, apesar de não esvaziada de executantes, era urgente reforçar.

A linguagem utilizada poderá revelar-se outro ponto de ruptura. Assumidamente grandiloquente, poderá para alguns leitores ser insuportavelmente pomposa. Verdadeiramente, o nível de tolerância é marcado pela imersão que o leitor ser permitirá ter na história. E esta limitação inicial acaba por ser uma mais-valia para o seguimento da leitura; quer quando existem alguns episódios cuja exposição está menos conseguida, quer quando as atitudes das personagens dificultam a manutenção de empatia ou identificação do leitor com as mesmas. Mas para quem lá chegar, a leitura já se terá tornado compulsiva.

Apresentando-se como um (re)início ambicioso, e deixando no final das suas páginas a promessa de maiores revelações num volume vindouro,Regresso dos Deuses – Rebelião marca, em boa hora, a “descoberta” de Pedro Ventura pelo grande público. Estão de parabéns o autor e a editora, por esta honrosa adição à colecção Via Láctea."

Opinião sobre Regresso dos Deuses - Rebelião no blogue Tales of Gondwana

15.05.11
Opinião: O enredo inicia-se com o despertar de Calédra, para quem o longo sono forçado se assemelhou mais a um doloroso cárcere. Inicialmente amargurada e crente de que aquele tempo não era o dela, é notável a evolução da personagem até ao momento em que o inverso se faz sentir – algo que decorreu sem atropelos, no seu devido tempo.
Fiquei com a sensação de que mais do que a história da revolução de um povo contra aquilo que seriam os primórdios de uma ditadura, trata-se de dar a conhecer Calédra, uma personagem complexa e intrínseca, que se encontra bem longe da ideia convencional de heroína. Aliás, mais do que uma heroína, ela é uma líder, acartando consigo tanto as virtudes quanto as atrocidades.
Por outro lado, senti que houve uma certa falta de atenção em relação às restantes personagens. Eles têm conteúdo, personalidade distintas, passados que as atormentam, factos que nos são ditos e outros que se deixam adivinhar… E ainda assim, estava constantemente com a sensação de que faltava algo. Talvez um maior aprofundamento das suas sensações, que por vezes surgiam apenas no papel, mas falhavam em serem transmitidas ao leitor… Ou talvez seja um problema apenas meu, não sentido por outros possíveis leitores. Tenho consciência de que essa hipótese não é inválida.
Quanto à narrativa, não me agradou o modo como foi descrita a sucessão dos acontecimentos, e em algumas alturas o autor poderia ter oferecido mais pormenores, envolvendo mais o leitor. Estas são, contudo, as únicas coisas negativas que tenho a apontar.
Por fim, é de ressaltar o pormenor de que não foi seguida a linha de “os maus são esta raça e os bons aquela” que tantas vezes se vê e que tanto me tem feito torcer o nariz. Apesar da existência de várias raças, e de haver uma natural maioria para um lado ou para o outro, cada um deles é tratado como uma cabeça independente, que mesmo com as ideologias e crenças que lhes são naturais, fazem as suas escolhas dependendo mais no modo de pensar que na raça a que pertence. Ademais, a narrativa não é exactamente “o bem contra o mal”, assemelhando-se muito mais às realidades que marcam a História do nosso próprio mundo.   

Vencedora do passatempo - Regresso dos Deuses - Rebelião!

07.05.11

E o nome da vencedora do passatempo Regresso dos Deuses - Rebelião é:

Joana Constança Passão, Vila Real (nº52)

 

Muitos Parabéns Joana! Serás contactada para o teu mail e o livro autografado será enviado para a tua morada.
Obrigado a todos os que participaram e mantenham-se atentos pois O Regresso dos Deuses - Rebelião continuará a ter passatempos na internet.

Passatempo "O Regresso dos Deuses - Rebelião" no Blog Morrighan

06.05.11

Passatempo "O Regresso dos Deuses - Rebelião" de Pedro Ventura




Tenho um exemplar para oferecer, em parceria com aPresença, a quem responder correctamente às perguntas do formulário. As condições em si são as seguintes:
- O passatempo termina às 23h59 do dia 12 de Maio de 2011
- Só será permitida uma participação por pessoa
- Só serão permitidas participações de Portugal
As respostas podem ser encontradas aqui.

 

 

Para concorrer a este passatempo, siga o LINK

O Regresso dos Deuses - Rebelião (opinião de As Leituras do Corvo - Carla Ribeiro)

03.05.11

Inconsciente de como o seu mundo mudou ou até de como exactamente sobreviveu à passagem do tempo, Calédra Denaris desperta de um sono demasiado longo. E o mundo que descobre em seu redor é-lhe completamente desconhecido. Sem nada de seu e com muito que assimilar, a orgulhosa guerreira terá de encontrar um caminho em direcção às suas respostas, ao mesmo tempo que, perante tudo o que mudou na hierarquia e nos princípios do mundo, se descobre no papel de defensora para uma raça que não é a sua.
Há algo de cativante e de particularmente fascinante na forma em como, desde as primeiras páginas, a personalidade de 
Calédra
 se revela em toda a sua peculiar força. Heroína improvável, não por fragilidades que tenha, mas por uma posição algo afastada da clássica figura heróica, 
Calédra
 surge como uma personagem que, sendo ambígua em certos aspectos (as suas acções tanto podem ser gloriosas como censuráveis), é, contudo, quase inabalável nas suas certezas e convicções. Com um temperamento difícil, uma aparente falta de sensibilidade e uma certa medida de arrogância, pareceria, à primeira vista, uma figura pouco merecedora de empatia. Mas não é isso que acontece. Através das sombras de um passado tenebroso, de um lado mais sensível que a armadura da guerreira impassível dificilmente poderia deixar prever e de um longo e duro caminho de redenção, 
Calédra
 revela-se fascinante precisamente porque raramente é completamente transparente. Nem bem, nem mal, mas um ponto algures entre ambos.
Também a história cresce à medida que a complexidade da sua protagonista vai sendo mais e mais desenvolvida. O que começa por ser, de certo modo, um caminho pessoal na assimilação de um mundo em colisão com o passado, torna-se um conflito mais global e indispensável, já que as ameaças estendem-se a alvos bem mais vastos que a guerreira. E é por isso que a história envereda mais e mais por um caminho de lutas e conflitos, sendo inclusive as principais relações entre personagens exploradas neste contexto.
Também no que toca a personagens secundárias há uma certa imprevisibilidade e é no caso de Delkon que as revelações se tornam mais surpreendentes. Surgindo como pouco mais que um jovem sonhador, o dhorian revela-se como uma figura bastante mais intrigante do que poderia parecer e, ainda que a sua história pareça terminar de uma forma um pouco brusca, o facto é que é ele o centro de uma certa perturbação no rumo dos acontecimentos.
Cativante, uma história onde todo um conflito de raças e de valores se concentra numa figura que, não o sendo, reflecte simultaneamente o melhor e o pior da natureza humana e que, de um início intrigante a um final que deixa muitas perguntas no ar, nunca perde o interesse, quer pela história, quer pelas figuras que a definem. Muito bom.

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